Depois... muito depois... o ruído de um passo.
Um passo forte, lépido, vivo, familiar.
Um passo que vem vindo e que sobe depressa os degraus
de uma escada.
Um passo que ouço extasiada e espero numa ânsia sem
palavras, reconhecendo entre todos os outros o seu pisar,
ágil e diferente, que a tudo, como a mim, enche de segurança.
Sei que para chegar não encontra embaraço, pula os degraus de
dois em dois, correndo.
Sinto-o ao longe, ouço-o vir, quero-lhe bem.
Subindo, escuto-o definir-se, aproximar-se, entrar...
É um passo que me encanta, me conforta e me atrai.
E, de súbito, o passo toma corpo, torna-se dois braços que me
arrebatam do chão, faz-se um rosto de homem, sorridente, belo,
moço, um rosto de carinho e alegria, que eu não canso de ver e
rever todo o dia, um rosto que se inclina sobre a minha pequenez com adoração.
Um rosto que resume todas as minhas ideiazinhas de
força e de confiança, o símbolo de toda proteção: Papai!!!
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