Oh! Que saudades eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
Á sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjas!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
Respira a alma inocência
Como perfumes a flor,
O mar é um lago sereno,
O céu é um manto azulado,
O mundo é um sonho dourado,
A vida é um hino d'amor!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitanga,
Trepava a tirar as mangas
Brincava á beira do mar,
Orava á Deus,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
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